Pastoras gays pregam teologia inclusiva
Baseado no conceito da teologia inclusiva, um casal de pastoras gays acaba de abrir uma igreja evangélica na Capital para acolher homossexuais. Em três semanas, a Comunidade Cidade de Refúgio, no bairro da Santa Cecília, no Centro, viu o número inicial de membros subir de 20 para cerca de 70 pessoas.
“A igreja tem esse intuito e embora seja evangélica aceita homossexuais e entende a relação homoafetiva por meio da teologia inclusiva”, diz Lanna Holder.
Em um templo com capacidade para 300 pessoas, a líder da igreja, Lanna, tem visto seu trabalho crescer ao falar do amor de Deus não só para homossexuais, mas também para heterossexuais.
“Isso mostra a necessidade do público que temos como alvo. Não tem nenhum lugar para acolhê-los e eles correm para cá. Receio que talvez não consigamos ficar aqui (referindo-se ao endereço atual) por muito tempo”, disse ela.
Pregando em púlpito cristão protestante e pentecostal, Lanna afirma não ter mais nenhuma ligação com o segmento evangélico tradicional. “Somos dissidentes do povo evangélico, eles nos acusam de sermos hereges, a Sodoma e Gomorra do século 21, e sobre esses ataques que temos nos levantado”, disse, ressaltando o propósito de sua igreja.
“Recebemos pessoas que querem adorar a Deus do jeito que são, gente que cansou de passar por processos para mudar a sexualidade. Levantamos a bandeira do amor”, completou.
Casamento está nos planos das pastoras
Convencidas de que processos propostos pela igreja evangélica não as fariam mudar de opção, Lanna Holder e Rosania Rocha decidiram investir na relação homoafetiva e planejam se casar. “Nossa história tem nove anos, mas estamos juntas há quatro”, disse Rosania. “Igrejas sempre tentaram exercer a mudança. Me converti em 1995 com a ideia de ver minha sexualidade transformada. Desde então vinha tentando.” Ela diz que abandonou álcool e drogas. “Mas com a sexualidade não conseguia lidar.”
Segundo Lanna, embora sua orientação nunca tivesse sido invertida, se dizia transformada. “O que causou polêmica foi o fato de ter dito que tinha sido transformada e hoje aparecer ao lado da minha companheira e à frente de uma igreja evangélica”, diz.